quinta-feira, 3 de julho de 2014

Volta ao Mundo em Dez Minutos

Se pensarmos bem, Portugal não é dos piores países do Mundo. E quando feita a velha analogia da esponja, ao espremer, até sai gota. É preciso é espremer com muita força e com a persistência de um pit bull - não largar. Depois do pingo cair há que relativizar. Pensar que existem piores e escrever uma lista com o rol desses exemplares para que nos dias em que acharmos que este país não presta possamos aceder ao lembrete sem ser preciso voltar a fazer o grande esforço de encontrar os defeitos de terceiros que elevam Portugal a um estatuto de éden. Por exemplo: o Botsuana. O que é que existe no Botsuana? Malária, paludismo e vida selvagem. Ninguém consegue tirar partido da vida selvagem quando está com 42º de febre ou com diarreia persistente. Na Índia as coisas pioram - se nascemos mulher corremos o risco de ser mortas à nascença pelos nossos próprios pais. É o chamado generocídio e advém dos dotes que os pais das mulheres são obrigados a pagar à família do seu futuro marido. Só que o problema é que os pais são pobres e não têm nada para oferecer e preferem matar a filha a terem que carregar com esse peso para o resto da vida. Os EUA quase que dispensam apresentações. A grande potência detentora de grande parte dos maiores poderes políticos, económicos e pessoas psicopatas, é também uma das maiores poluidoras do Mundo inteiro. A outra é a China. As pessoas já nem vêem o sol ao natural tal é o grau de poeira no ar e têm que usar máscaras para filtrarem uma percentagem dessa poluição de maneira a conseguirem respirar um bocado melhor e tentarem garantir uns anos a mais de longevidade. Viajemos até à Palestina. Aqui os atentados contra os direitos humanos também são desumanos. São despejados, mortos, espancados e aterrorizados diariamente só pelo simples facto de terem nascido palestinianos. Aliás, já quase nem existe este território. Na prática, a maioria dos palestinianos está espalhada por campos de refugiados que os acolheram e ajudaram a escapar a um destino fatal. Ao voarmos para outro continente, podemos chegar a Angola. Neste país os ricos vivem em verdadeiras fortificações, rodeadas de seguranças e dispositivos que os protegem daqueles que não têm dinheiro para comer. São oásis em redomas, onde a realidade circundante consegue permanecer longe da vista e, consequentemente, longe do coração. O presidente de Angola e a sua família são das pessoas mais ricas do Mundo e o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país é dos mais baixos. É como no Brasil. Uns muito, muito ricos e uma grande maioria muito, muito pobre. Depois, a maioria começa a ficar revoltada e o resto da história já se sabe. Vamos agora até Inglaterra. Aqui não há muito para dizer. O facto de no país viverem ingleses é mais do que suficiente. França equipara-se às terras britânicas mas com a agravante da extrema direita estar a ganhar terreno. Portanto, não se pode emigrar para lá. Corremos o risco de levar uma bastonada na cabeça ao chegar ao aeroporto por parte de algum xenófobo enraivecido e com a cruz suástica tatuada na testa. A Alemanha não conta. Só dizer e/ou escrever o nome já dá arrepios, quanto mais imaginar viver lá. A Ângela e a sua ocupação económica ditatorial em toda a Europa faz desse território um lugar inabitável para pessoas equilibradas. E o mesmo acontece em cada um dos países que me estão a vir à memória neste momento: são lugares inabitáveis por uma ou outra razão. Portugal também é, mas temos o sol, a sardinha, o fado e a saudade. Talvez possa considerar a Papua Nova Guiné como ponto geográfico minimamente aceitável para se viver e, por isso, concluir que seja o único país do Mundo melhor do que o nosso.   

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